Fotografia de casamento e de família – Belo Horizonte

To flash or not to flash, eis a questão!

A importância dos ISOS no nosso trabalho

Eu tenho ultimamente dependido cada vez menos do flash. Falo isso em todos os meus workshops. Alguns as vezes acham que eu simplesmente o odeio, outros que eu não sei utilizá-lo. Resolvi então escrever aqui um pouco sobre isso com o intuito de esclarecer e mostrar para os vários fotógrafos de casamento do país o que eu penso do assunto.

Bem, o flash sempre foi uma das principais ferramentas dos fotógrafos sociais. É muito interessante, principalmente no casamento, como os fotógrafos da antiga escola eram dependentes deles. Os padrões de iluminação há cerca de 10 anos atrás e em alguns cantinhos do Brasil até hoje, eram da luz difusa e do ambiente iluminado por inteiro. A fotocélula era um acessório fundamental e os assistentes, até mesmo na igreja, peças chave na execução de um bom trabalho. A luz de fundo essa época era famosa.

Vieram então, no final da década de 90, profissionais de outras áreas da fotografia que trouxeram nova linguagem para a fotografia de casamento. Tal linguagem tinha e ainda tem uma característica forte, a utilização de ISOS mais altos. Bom, antes de falar do impacto dos altos ISOS na fotografia de casamento vamos entender o motivo pelo qual os fotógrafos de casamento tinham uma verdadeira paixão pelo ISO 100. Se vc perguntar para a maioria deles que utilizaram ou ainda o utilizam a resposta é uníssona: ISO 100 granula menos! Sim, concordo, ISO 100 granula menos mas a origem desta prática é outra. Na verdade os fotógrafos de casamento, que eram considerados os patinhos feios da fotografia até pouco tempo, não tinham como comprar filmes com ISOS mais altos pois eles eram bem mais caros. Um filme de ISO 800 custava entre 3 ou 4 vezes mais que um ISO 100. Já os fotojornalistas que invadiram a fotografia de casamento, além do acesso aos ISOS altos, sabiam do que eles poderiam lhe trazer de benefícios. Eles são os verdadeiros “culpados” pelo fato de muito profissional hoje depender menos do flash em seus trabalhos de fotografia de eventos.

Vixi! Tá aí a origem de tudo. Toquei neste assunto para prepará-los para o que aqui vou enumerar. Sou um fotógrafo de altos ISOS e cada vez mais, com as novas câmeras e tecnologias, conseguimos mais qualidade nas imagens. Os assustadores ruídos já dão sinal de fraqueza, mesmo em 3200 ou 6400.

Quando trabalho sem flash consigo ser invisível e consequentemente captar mais expontaneidade por parte dos que fotografo. Não adianta, as pessoas mudam o comportamento quando sabem que estão sendo fotografadas. Só utilizo flash quando preciso  corrigir a luz que está com qualidade ou direção indesejáveis ou quando é necessário preencher para conseguir informações em locais de sombra. Mesmo assim evito o flash direto e prefiro usá-lo fora da câmera, de forma direcional.

Se estou numa festa onde os noivos contrataram uma luz cênica (iso acontece em 99,99999% dos casos) me sinto na obrigação de valorizá-la. Muitas vezes o flash “mata” esta iluminação. Eu gosto do drama dos canhões de luz e acho fantástico uní-los ao trabalho em preto e branco. É uma linguagem de fotografia de show e espetáculos que enfatiza na minha opinião emoção e sentimento. Agora se mesmo utilizando altos ISOS eu não consigo captar a luz disponível, aí sim eu saco o flash, como se fosse a arma secreta. Não tenho medo de usá-lo mas ele normalmente é a minha última opção, aquela que raramente falha. O velho e bom FLASH. Ele  é uma ferramenta poderosíssima e acho que todo fotógrafo tem que dominá-lo antes que ele o faça. Uma das maiores dificuldades daqueles que fotografam casamentos é utilizar o flash de forma natural, menos intrusiva e mais equilibrada com a luz disponível / ambiente. Utilizá-lo como luz secundária, guarde esta palavra!

É importante aqui resslatar que tenho sempre um segundo fotógrafo que trabalha com o flash e que me dá retaguarda pois meu processo de criação é arriscado. Tenha sempre alguém para lhe dar cobertura.

Cabe a cada um decidir o momento e a hora de utilizá-lo. Não há regra, não estou aqui para dizer que o que faço é o correto mas sim que é a forma como me sinto mais a vontade e que os resultados me agradam. Por isso, tente encontrar a forma em que você se sente mais a vontade e que o resultado lhe apetaça. Busque novas fontes de luz, saia do quadrado e tenha certeza que o flash não é a única forma que temos de iluminar uma cena no casamento. Depois que atingimos esse nível de consciência tudo fica mais fácil e as possibilidades se multiplicam diante de nossos olhos.

A foto abaixo não é minha, é de um dos fotógrafos da equipe do Ben Chrisman. Eu a utilizei para mostrar que hoje em dia já é possível fotografar a entrada da noiva, SEM FLASH. Mais adrenalina sim, risco calculado, vc já tentou?

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