Uma sessão diferente de tudo que já fiz. Que me tirou totalmente do meu ambiente, do que estou acostumado. O cenário foi uma casa de fazenda muito peculiar. No interior de MG. Daquelas com teia de aranha, coisas antigas, fogão a lenha, muitos cães, souvenirs, lembrancas de todos os tipos. Nada de luxo e pompa. Uma locação que colocou a prova a minha criatividade. Teve gente que não botou fé de que dali sairia algo. Eu cheguei a duvidar de mim mesmo no início. Foi acima de tudo uma ginástica para o ego. Tive a oportunidade de despir-me de preconceito, entender que a locação é imporante sim mas a essência está nas pessoas que fotografamos. e não nas coisas. Sou fotógrafo de gente. De gente peculiar também.
Agradeço todo dia os clientes e amigos que tenho. Eles não me deixam cair na rotina. O processo de fotografia não pode ser egoísta. Um retrato sem a personalidade do retratado é um mero auto-retrato. Tá certo, sei que não dá para retirar por completo a minha personalidade dos retratos mas posso sim me preocupar mais com o fotografado. A fotografia deve dizer mais sobre ele que de mim. Isso não é tarefa fácil e é preciso estar consciente de que é uma eterna busca.
Obrigado Ju e Túlio por me proporcionar momentos tão legais ao lado de vocês. Agradeço também ao destino por ter colocado na minha frente um funil laranja, uma mangueira velha, um sapato vermelho, uma parede cheia de chaves imundas, um espelho quadrado, um casal feliz e verdadeiro, um estrado de cama velho, um quartinho de despejo com buracos no teto, uma janela interessantíssima, os restos mortais de um animalzinho e um cãozinho com dor de barriga. Eu postei e retirei a foto do cão que na verdade foi uma das últimas da sessão na hora em que brincávamos totalmente relaxados. Resolvi voltar com ela. A fotografia também pode incomodar. Esta foto me incomoda.
Como fui capaz de fazer isso? Fiz e tá aí. Um abraço no coração dos noivos e de todos os leitores!
