Foram 36 horas de palestras no hotel MGM na cidade de Las Vegas. Participei do Skip`s Summer School, um evento que com certeza vai marcar a minha carreira como fotógrafo. Quem foi atrás de esquemas de luz, poses, receitas de bolo se decepcionou pois a bola da vez foi o NEGÓCIO da fotografia. Conteúdo profundo mas indigesto para muitos dos participantes que viram o quanto é necessário se adaptar a nova realidade do mercado fotográfico. As palestras geraram discussões de altíssimo nível. Me certifiquei que os americanos, australianos e inglesses estão na frente da maioria de nós brasileiros no quesito MODELOS DE NEGÓCIOS. Isso não é vergonha pois eles estão inseridos em um mercado muito maior e mais maduro o que os torna mais competitivos. No entanto precisamos fazer alguma coisa. Mudar é preciso!
A nossa fotografia não deve nada a eles não é verdade? De qualque forma para que um fotógrafo seja bem sucedido não basta apenas fotografar bem. É necessário fazer várias outras coisas tais como gerar credibilidade, se comunicar bem com seu público alvo, divulgar seus produtos nos canais certos, fazer networking, cultivar parceiros e por aí vai. Vejo nos olhos de alguns alunos um certo desapontamento ao descobrirem que a fotografia vai muito além do clique, que não basta apenas ter um bom equipamento e gente para fotografar. Nós ainda estamos presos apenas a produção de imagens ao passo que deveríamos estar ligados no desenvolvimento da nossa carreira de fotógrafo. É como se tivéssemos uma fábrica automotiva mas só déssemos atenção ao setor produtivo. E os recursos humanos? Há planejamento financeiro? Quais serão os novos produtos e tendências? Quem se encarrega de pagar e contratar os operários? Quem venderia os automóveis parados no pátio? Há muito o que refletir e agir! Ao mesmo tempo que vejo uma lacuna na formação empresarial dos nossos fotógrafos percebo também uma enorme oportunidade de crescimento. A fotografia que outrora foi considerada um emprego medíocre hoje é centro das atenções. Isso quer dizer que nós fotógrafos estamos em alta e que temos mais oportunidades para sermos reconhecidos no mercado e além disso termos maior remuneração. Sé depende de nós. Eu, tento olhar sempre o lado bom e vejo que temos nas mãos a oportunidade de mudar o curso da história da fotografia como profissão.
Voltei muito animado pois alguns dos assuntos que ouvi já tenho falando nos meus workshops. Agora darei ainda mais ênfase há outros que apenas mencionava e outros que eu nem dava bola. Os workshops que acontecem em setembro em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte já terão novidades, aguardem.
Bem, gostaria de finalizar esse post destacando o que além do narrado também me chamou atenção no congresso:
1. Os álbuns de casamento estão muito mais limpos e com menos imagens e “efeitos”. O menos é mais! Eles dão destaque ao que interessa, a fotografia.
2. O vídeo está cada vez mais presente na fotografia. Vi alguns trabalhos lindíssimos da fusão entre as duas mídias. Ele veio para enriquecer nosso trabalho e nos obrigará a entender de fotografia de cinema. Abram o olho para isso! Luz contínua na veia.
3. Muitos fotógrafos de casamento têm utilizado pouco ou quase nada de flash. Isso graças a qualidade das novas câmeras que estão com excelentes níveis de ruído em altos ISOS. Segundo eles o trabalho sem flash se torna mais expontâneo e natural. Engana aquele que acha que fotografar sem flash é pra quem não sabe utilizá-lo. Pelo contrário. Para abrir mão dessa poderosa ferramenta, além de bom equipamento é preciso de muita segurança e conhecimento de luz. É necessário antes de mais nada enxergá-la.
4. Os fotógrafos lá fora estão cada vez mais unidos, se ajudando, elevando o nível dos serviços oferecidos e fortalecendo o mercado. Seria lindo se isso acontecesse com mais rapidez no hemisfério sul, não acham?
5. Com o nivelamento tecnológico o capital humano se torna o maior diferencial no negócio da fotografia. humano e a capacidade do fotógrafo em se relacionar com as pessoas se tornam cada vez mais importantes. Em outras palavras o que tento dizer é que se todo mundo tem acesso aos bons equipamentos vão se sobressair aqueles que possuem habilidades intepessoais e a capacidade de se relacionarem bem com sua equipe, seus clientes e parceiros. Nenhum negócio vive sem pessoas. Nossos clientes são pessoas, nossos parceiros são pessoas e nós somos pessoas.
6. O Twitter é uma das ferramentas de marketing mais poderosas já inventada e está sendo amplamente utilizado pelos fotógrafos de todo o mundo para maximizar seus negócios. Quer saber mais? Conto no Workshop.
7. Agregar valor é preciso. Atender melhor, ser diferente dos concorrentes, poupar tempo dos clientes, apresentar novos produtos e soluções. Muita coisa hoje, sobretudo na fotografia de casamento é igual! Quem busca ser diferente consegue um lugar ao sol. Não adianta copiarmos nosso concorrente pois nunca seremos iguais a ele. Seja você, construa seu negócio em cima de suas fortalezas e seus diferenciais. Cada um tem os clientes que merece!
É isso aí pessoal. Espero que tenha passado 1/10 da minha empolgação. Novidades virão…me aguardem!