“Meu chão se desestrutura, os alicerces balançam. Fico a pensar nas causas, as consequências são difíceis de saber. Quem dera pudesse eu notar o porvir. Apenas sinto, e fico a ver. O ir e o vir. Do tempo e dos que descansam. A graça dos que flutuam, sobre as cabeças dos meros mortais. É a singela noção dos que acreditam na capacidade de se perpetuar. Tudo é ficção, somente se tem noção, do que se é real. O resto é o resto do que nos sobra. Seguimos à frente pela incapacidade de se ir para trás. Se pudéssemos alteraríamos nosso futuro. É a crença de nunca estarmos certos do nosso passado. É só a consciência das nossas verdades criadas pelo nosso imaginário. Se nossas verdades são criadas pelas dores sentidas; E fazemos de tudo para esquecermos o que nos machuca.
Então quais são as memórias guardadas? Que nos faz ter a consciência do certo? É mais fácil lembrarmo-nos do “NÃO”, dito por nossas mães. Mas acreditamos que são os “SINS”, que nos guiam. Dúvidas certas que nos fazem errar. Levando-nos aos caminhos das verdades cruéis. São estas que nos fazem crescer para uma vida de incertezas. Bifurcações criadas por um Deus; Que nem sempre temos a certeza de sua existência. Relatividades surgidas no processo do caminho traçado por nossos erros. Pode querer tentar acreditar, Que são os seus acertos que te levaram a estar onde se encontra. Mas se você não errasse não teria como traçar um novo caminho. Translativos surgidos no traçado do destino elaborado por ti mesmo.
Vá! Siga pensando que seu chão é firme, Mas tanto eu, você e todo o resto da humanidade, Temos nossas crendices, e estas são elaborações mistificadas. Tendo a intenção de mortificar nossos medos de errar. E desta forma nossos alicerces tombam, desfiguram-se as caretas. As facetas das verdades feitas.
É o fim do mundo real, ficam-se as sombras na parede.”
Lucio Sá