Bela e Felipe,
Vocês certamente habitam o seleto rol dos seres humanos que se destacam pela intensidade do viver e pela difícil arte de fazer com que todos ao seu redor se sintam especiais, o tão desejado carisma.
Me sinto grato e imensamente feliz por ter tido o prazer de fotografar este dia tão intenso na fazenda de vocês em Caratinga – MG.
Peço a papai do céu que me dê a chance de testemunhar outros momentos tão importantes nas suas vidas e das suas famílias.
Preciso deixar aqui registrado que com vocês lados A, B e C são uma coisa só. Vocês são autênticos. Gente assim atrai outros do mesmo tipo. Isso faz parte do conceito de afinidade.
Poucos de nós sabemos que só a partir do momento que assumimos a nossa complexidade e a dualidade de nossas almas estaremos mais próximos de algo tão sonhado, a felicidade cravada pela leveza e pelo abandono da culpa.
Nessa poesia de Fernando Pessoa consegui finalmente expressar o que senti no casamento vocês.
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
OBRIGADO!